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Reposicionamento de Marca: quando e por que fazer

6 min de leitura
Reposicionar uma marca é um dos movimentos mais desafiadores, e ao mesmo tempo mais estratégicos, dentro do universo do branding.

Reposicionar uma marca é um dos movimentos mais desafiadores, e ao mesmo tempo mais estratégicos, dentro do universo do branding. Não se trata apenas de mudar um logo ou criar uma nova campanha publicitária. O reposicionamento é uma decisão profunda que impacta diretamente a percepção de valor, a conexão com o público e a competitividade da empresa no mercado.

Neste artigo, você vai entender:

  • O que é reposicionamento de marca
  • Os principais momentos para reposicionar: quando o público muda, quando a categoria evolui e quando o diferencial deixa de fazer sentido
  • Como se preparar estrategicamente para essa mudança

O que é reposicionamento de marca?

Reposicionar uma marca é alterar de forma estratégica a maneira como ela é percebida por seus públicos. Isso pode envolver mudanças no propósito, na proposta de valor, na narrativa, no tom de voz, nos canais de comunicação e até na identidade visual.

Enquanto o posicionamento define “como a marca quer ser vista” e “por quem”, o reposicionamento surge quando essa visão precisa ser atualizada para manter (ou conquistar) relevância.

Por que o reposicionamento é essencial no branding?

Marcas são organismos vivos. Elas se desenvolvem, mudam de direção, enfrentam novos concorrentes, lidam com públicos diferentes e precisam, inevitavelmente, se adaptar.

Ignorar esse processo de mudança é correr o risco de se tornar irrelevante. O reposicionamento, quando feito com estratégia, ajuda a:

  • Recuperar ou ganhar competitividade
  • Atrair um novo público
  • Atualizar a proposta de valor diante de novas demandas
  • Construir uma percepção mais coerente com a realidade atual da marca
  • Abrir espaço para inovação e crescimento

Quando é hora de reposicionar a sua marca?

Há três grandes gatilhos que indicam que talvez seja hora de repensar o posicionamento da sua marca:

1. Quando o público muda

A sua marca continua falando com o mesmo público de cinco anos atrás? Ou os hábitos, desejos e contextos mudaram — e você não acompanhou?

Mudanças de público podem acontecer por diversos motivos:

  • Expansão geográfica ou digital
  • Mudança de geração (ex: passar a atingir a Geração Z)
  • Entrada de novos perfis de consumidores
  • Alteração de estilo de vida ou comportamento do consumidor

Exemplo clássico: A Netflix. Antes, era uma empresa de entrega de DVDs. Hoje, é referência global em streaming, conteúdo autoral e comportamento digital. O reposicionamento foi essencial para acompanhar o novo público conectado, exigente e multitela.

Dica estratégica: Sempre que perceber que a sua comunicação não está mais gerando conexão com o público ideal, investigue se o perfil mudou — e se a marca precisa evoluir com ele.

2. Quando a categoria evolui (ou muda radicalmente)

Sua marca continua com o mesmo discurso de quando entrou no mercado… mas o mercado já virou do avesso? Essa é uma grande razão para o reposicionamento.

As categorias evoluem. Novas tecnologias surgem. Modelos de negócio são reinventados. E, nesse cenário, continuar se comunicando da mesma forma é como tentar remar contra a correnteza.

Exemplos de mudanças de categoria que exigem reposicionamento:

  • Marcas de táxi que precisaram se adaptar ao novo universo dos apps
  • Escolas que migraram do ensino tradicional para modelos híbridos ou online
  • Marcas de beleza que passaram a se posicionar como sustentáveis, veganas ou inclusivas

Case inspirador: A Natura, por exemplo, vem reposicionando sua narrativa há anos. De uma marca de cosméticos brasileira, tornou-se referência global em sustentabilidade, biodiversidade e inovação consciente.

Dica estratégica: Se a categoria mudou, mas sua marca ainda parece “presa ao passado”, é hora de repensar. Posicione-se como um player do futuro, e não como um símbolo do que já passou.

3. Quando o seu diferencial deixou de ser diferencial

Talvez o maior sinal de alerta: quando o que te tornava único se tornou lugar-comum.

No mundo atual, onde novas marcas surgem todos os dias, diferenciação é o que ancora a relevância. E, se o que você vendia como exclusivo hoje é commodity, o reposicionamento se torna necessário.

Exemplos comuns:

  • “Atendimento personalizado” já não diferencia mais ninguém
  • “Tecnologia de ponta” é o básico
  • “Qualidade garantida” é obrigação, não diferencial

Reposicionamento necessário: Nesses casos, a marca precisa buscar uma nova vantagem competitiva — seja na entrega, na cultura, no impacto social, na forma de se comunicar ou até na sua comunidade.

Exemplo inspirador: O Nubank. No começo, o diferencial era o cartão de crédito sem anuidade e 100% digital. Hoje, com muitos concorrentes oferecendo isso, o reposicionamento passa por um novo storytelling: ser uma plataforma completa que descomplica a vida financeira das pessoas, com atendimento humanizado e protagonismo do cliente.

O reposicionamento como ferramenta de sobrevivência e inovação

O reposicionamento não é um sintoma de fraqueza. Pelo contrário: é uma estratégia de sobrevivência, inovação e crescimento.

Quando feito com consistência, o reposicionamento é capaz de:

  • Renovar o relacionamento com os públicos
  • Ampliar a presença da marca em novos territórios
  • Alavancar vendas
  • Reforçar a cultura interna
  • Atrair talentos alinhados ao novo momento

Como conduzir um processo de reposicionamento

1. Olhe para dentro

Reposicionar exige autoconhecimento. Quais são os pilares da sua marca que não podem ser abandonados? Qual é a essência que deve ser mantida, mesmo em uma nova fase?

O reposicionamento começa ao olhar para a essência, não ao tentar ser o que não se é.

“Dê voz à sua essência”, como diz o manifesto da Huva. A verdade da marca precisa permanecer como farol mesmo em contextos de transformação.

2. Entenda o novo contexto externo

Você precisa entender o novo cenário:

  • O que o mercado espera?
  • Como o comportamento do consumidor evoluiu?
  • Quais são os códigos culturais que estão ganhando força?
  • O que os concorrentes estão fazendo?

Esse diagnóstico externo é essencial para identificar oportunidades, riscos e o que pode ser reposicionado sem se tornar mais do mesmo.

3. Redefina sua proposta de valor

A proposta de valor precisa ser clara, relevante e única. Aqui é onde você responde:

  • Para quem a marca existe?
  • Por que ela é relevante hoje?
  • O que ela oferece de forma única?

O reposicionamento exige que você alinhe propósito, diferenciação e significado.

4. Reestruture sua identidade verbal e visual

Toda mudança de posicionamento precisa refletir também na forma como a marca fala e se apresenta.

  • O tom de voz continua coerente com o novo momento?
  • As palavras e expressões estão alinhadas com o novo público?
  • A identidade visual ainda representa os valores da marca?

O reposicionamento precisa ser percebido, não apenas comunicado.

5. Construa uma nova narrativa

Uma marca reposicionada precisa de uma nova história para contar. Uma narrativa que não só explique a mudança, mas que inspire o público a embarcar junto nessa nova jornada.

Use elementos como:

  • Manifesto de marca
  • Nova tagline ou lema
  • Histórias de bastidores da mudança
  • Conexões com temas atuais, como impacto social, cultura, futuro do trabalho, etc.

Cuidado: o que NÃO fazer ao reposicionar

  • Mudar por vaidade. Se não houver um motivo estratégico, pode confundir o público.
  • Ignorar a base fiel. Ao reposicionar, cuide para não romper com quem já estava com você. Explique o porquê da mudança e leve-os junto na transformação.
  • Achar que é só uma campanha. Reposicionamento exige uma mudança cultural, de dentro para fora. Começa na liderança, passa pela equipe e chega ao mercado.
  • Não comunicar bem. Se ninguém entende o novo momento da marca, a mudança perde força.

Conclusão: reposicionar é ter coragem de evoluir

Reposicionar não é sobre apagar o passado, mas sobre escrever novos capítulos a partir de uma essência consistente.

É um movimento que exige coragem, escuta, estratégia e verdade.

Se a sua marca está em um desses momentos: com o público mudando, a categoria evoluindo ou o diferencial perdendo força, talvez seja a hora de agir.

Como diz a narrativa da Huva:
“É hora de agir. Marcas fortes não hesitam.”

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